A amável Maria, minha Mãe,
Temos assistido com tristeza como o mundo tem se afastado cada vez mais dos ensinamentos de seu Filho. Vós, ó Mãe, é a que mais se entristece, pois, tendo visto os sofrimentos de seu Filho de perto e ter sofrido com ele todas as dores, físicas e espirituais, a Senhora mais do que ninguém não quer ver nenhum de seus filhos se perderem. A sua preocupação com os seus filhos se demonstra em suas diversas aparições, por exemplo, em Lourdes e Fátima, para nomear apenas duas, onde a mensagem foi clara: rezai em reparação e se arrependa de suas ofensas ao Sagrado Coração de Jesus e ao seu Imaculado Coração. Mesmo com os sérios avisos dados aos pastorinhos de Fátima, que hoje vivem convosco no céu, e transmitidos para toda a humanidade, as coisas só têm piorado. A tristeza é grande para todos aqueles cristãos que, obedecendo à vontade de Vosso Filho, tenta trilhar o caminho da santidade.
Nas últimas décadas os valores cristãos que o vosso Filho, Jesus Cristo, nos ensinou através dos Apóstolos e que são imutáveis, têm sido deturpados, quando não são esquecidos por completo. Não há como, ó Mãe, para aqueles que são justos, não sentirem o abalo desses golpes em nossa fé. Digo, ó Mãe, com todo respeito a vós e ao vosso amado Filho e Senhor nosso, de que o sentimento de desesperança às vezes reina em nossa alma. No entanto, ao vir este sentimento, caríssima Mãe, o Senhor nos recorda de Suas palavras:
Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28, 20)
assim como as suas próprias palavras ó Mãe:
Por fim, meu Imaculado Coração triunfará.
Muitos veem as palavras de Cristo aos Apóstolos:
Se alguém quer vir atrás de mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Mt 16, 24)
como um grande obstáculo e um pretexto para desanimar, mas, ó Mãe, faça-nos lembrar que, sim, o Senhor previu cruzes, mas também disse que Ele está a nossa frente, não estamos sozinhos! Assim, amável Mãe, não deveria ser novidade para os católicos de hoje a cruz, o nosso próprio Divino Mestre carregou a cruz e morreu por nós para nos salvar, quem somos nós para não carregar a cruz também?
Apesar de tudo isso, gloriosa Mãe, devemos ter confiança em seu Filho, assim como vós o tivestes de pé ao lado da cruz e após ver seu corpo morto. Sua fé na ressurreição não se abalou nem por um instante, prova de que vós não estáveis com as outras mulheres para ungir o corpo de seu Filho morto, porque não haveria corpo. A confiança deve ser inabalável já que também sabemos que o Pai não permite tribulações sem antes não nos dar as graças necessárias para superá-las. Com este espírito de confiança, ó Mãe, e, com o vosso exemplo, devemos sustentar a Verdade e a Igreja, sua protetora, e esperar a volta do seu Filho aqui neste vale de lágrimas.
Mãe, ensinai a Igreja a vossa confiança, amém!
A 13 de Fevereiro de 2021
A 4 dias da Quarta-Feira de Cinzas